segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Santa Sé é novo membro da Organização Internacional para Imigração


A partir desta segunda-feira, 5, a Santa Sé passa a fazer parte da Organização Internacional para a Imigração - organismo da Organização das Nações Unidas (ONU) - como Estado membro. O pedido feito por parte do Vaticano foi acolhido, durante a sessão plenária, pelos Estados membros desta organização internacional com sede em Genebra.

"Neste momento, enquanto vemos no mundo um crescimento contínuo dos imigrantes, refugiados e tantas pessoas que se mudam por diversas razões, é importante estar presente e participar dos esforços da comunidade internacional para fazer algo específico. Uma voz ética na interpretação desta nova situação”, salienta o representante permanente da Santa Sé na ONU, arcebispo Silvano Maria Tomasi.

O representante da Santa Sé destaca que muitas pessoas tentam fugir de seus países, como da África do Norte, em direção à Europa, ou da África pelo Mar Vermelho em direção ao Iêmen. “Portanto, é importante que a Santa Sé tenha decido entrar nesta organização, de maneira plena, justamente para ressaltar sua participação neste grande fenômeno, ao mesmo tempo em que a crise econômica tende a crescer”, explica Dom Tomasi.

O arcebispo esclarece que, de maneira prática, a Santa Sé terá uma voz nas discussões sociais, mostrando as exigências humanas nas diferentes partes do mundo. Segundo ele, a nível de Igreja, existe uma vasta rede de organizações católicas, o que prova que, de algum modo, a Igreja está envolvida diretamente no serviço em prol dos imigrantes.

“Este tipo de colaboração com as estruturas existentes na comunidade internacional, portanto, é um passo lógico e operacional que comporta colocar-se a serviço de maneira ainda mais eficaz”, salienta o arcebispo.


Orientações do Papa e experiência da Igreja

A representação da Santa Sé seguirá as orientações do Santo Padre e a experiência secular da Igreja neste campo, porque, segundo Dom Tomasi, as organizações católicas servem realmente com generosidade todas as pessoas, independente de sua fé religiosa, etnia ou situação legal.

“É a dignidade da pessoa humana que conta e que frequentemente é colocada em risco, como nas situações de marginalização criadas na mudança de um país para outro”, destaca.

Segundo o arcebispo, a Santa Sé, acima de tudo, fará uma leitura ética deste fenômeno, em benefício da defesa da pessoa humana e sua dignidade.

“Queremos dar um serviço segundo nossa consciência. Desta maneira, respeitando as nossas convicções e os nossos princípios, faremos tudo num contexto democrático de maneira que os serviços sociais sejam oferecidos às pessoas que deles necessitam”, afirma o representante da Santa Sé.

Nicole Melhado
Da Redação, com News.va (tradução: CN Notícias)

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