“Não são as palavras que contam, mas o agir, os atos de conversão e de fé”. O perigo é o de uma “religiosidade rotineira”, em que “Deus já não inquieta”. Ora – segundo as palavras de Jesus, traduzidas em linguagem do nosso tempo - “os fiéis rotineiros, que na Igreja já só conseguem ver o aparato, sem que o seu coração seja tocado pela fé” estão mais longe do Reino de Deus do que “agnósticos que se mantêm inquietos por causa da questão de Deus” e do que “pessoas que sofrem por causa dos nossos pecados e sentem desejo de um coração puro”. É importante que a palavra de Jesus nos “abale” a todos, considera o papa. Em última análise, a renovação da Igreja só poderá realizar-se através da disponibilidade à conversão e de uma fé renovada”, disse.
“A palavra de Jesus deve fazer-nos refletir; antes, deve abalar a todos nós. Isto, porém, não significa de modo algum que todos quantos vivem na Igreja e trabalham para ela se devam considerar distantes de Jesus e do Reino de Deus. Absolutamente, não! Antes, este é o momento bom para dizer uma palavra de profunda gratidão a tantos colaboradores, contratados ou voluntários, sem os quais a vida nas paróquias e na Igreja inteira seria impensável”, ressaltou o papa Bento XVI.
Misteriosamente, por detrás dos dois filhos da parábola do Evangelho deste dia, perfila-se um terceiro filho – observou o papa, referindo a Jesus, “o Filho Unigênito de Deus, que aqui nos reuniu a todos”. Como tão bem exprime a Leitura aos Filipenses, em humildade e obediência, Jesus cumpriu a vontade do Pai, morreu na cruz pelos seus irmãos e irmãs e redimiu-nos da nossa soberba e obstinação. É Jesus o ponto de referência para todos os cristãos, o critério permanente para a Igreja. “A vida cristã deve medir-se continuamente pela de Cristo: Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus”.
“Queridos amigos, com Paulo ouso exortar-vos: Tornai plena a minha alegria, permanecendo firmemente unidos em Cristo! A Igreja na Alemanha vencerá os grandes desafios do presente e do futuro e continuará a ser fermento na sociedade, se os sacerdotes, as pessoas consagradas e os leigos que acreditam em Cristo, na fidelidade à vocação específica de cada um, colaborarem em unidade; se as paróquias, as comunidades e os movimentos se apoiarem e enriquecerem mutuamente; se os batizados e os crismados, em união com o bispo, mantiverem alta a chama de uma fé intacta e, por ela, deixarem iluminar a riqueza dos seus conhecimentos e capacidades”, disse o papa.
O papa concluiu dizendo: “A vida cristã é viver para o outro, um compromisso humilde a favor do próximo e do bem comum. Amados fiéis, a humildade é uma virtude que hoje não goza de grande estima. Mas os discípulos do Senhor sabem que esta virtude é, por assim dizer, o óleo que torna fecundos os processos de diálogo, fácil a colaboração e cordial a unidade. Humilitas, a palavra latina que deriva ‘humildade’, tem a ver com humus, isto é, com a aderência à terra, à realidade. As pessoas humildes vivem com ambos os pés na terra; mas sobretudo escutam Cristo, a Palavra de Deus, que ininterruptamente renova a Igreja e cada um dos seus membros”.
Fonte: CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário