Missa na Casa Santa Marta
segunda-feira, 24 de junho de 2013, 9h19
Da Redação, com Rádio Vaticano
Fonte: Site da Canção Nova
Como São João, a Igreja é chamada a
proclamar a Palavra de Deus até o martírio. Foi o que sublinhou o Papa
Francisco na Missa celebrada nesta manhã, 24, na Casa Santa Marta. No
dia em que a Igreja celebra a Solenidade do Nascimento de São João
Batista, o Papa reafirmou que a Igreja não deve jamais conservar algo
para si mesma, mas estar sempre a serviço do Evangelho.
O Santo Padre explicou que o mistério de
João é que ele nunca se apodera da Palavra; o sentido de sua vida é
indicar o outro. Francisco atentou ainda para o fato de que a Igreja
escolheu para a festa de São João um período em que os dias são mais
longos, em que há mais luz, e realmente João era o homem que carregava a
luz.
“João parece ser nada. Essa é a vocação
de João, anular-se. E quando contemplamos a vida deste homem, tão
grande, tão poderoso – todos acreditavam que ele era o Messias -, quando
contemplamos essa vida, como se anula até a escuridão de uma prisão,
contemplamos um grande mistério. Nós não sabemos como foram os últimos
dias de João. Não sabemos. Sabemos apenas que ele foi morto, a sua
cabeça colocada em uma bandeja, como grande presente para uma dançarina e
uma adúltera. Eu acho que mais do que isso ele não podia se rebaixar,
anular-se. Esse foi o fim de João”.
O Papa contou que a figura de João o faz
pensar muito na Igreja, que existe para proclamar, para ser a voz da
Palavra e proclamá-la até o martírio. “João poderia tornar-se
importante, poderia dizer algo sobre si mesmo. Mas eu creio jamais faria
isso: indicava, sentia-se voz, não Palavra. (…) Ele não queria ser um
ideólogo. Era o homem que negou a si mesmo para que a Palavra se
sobressaísse. E nós, como Igreja, podemos pedir hoje a graça de não nos
tornarmos uma Igreja ideologizada”, disse.
A Igreja, segundo acrescentou o Santo
Padre, deve ouvir a Palavra de Jesus e se fazer voz, proclamá-la com
coragem. Ele concluiu falando do “modelo” que João oferece neste dia de
hoje para os fiéis e toda a Igreja: uma Igreja que esteja sempre a
serviço da Palavra, que nunca tome nada para si mesma.
“Hoje na oração pedimos a graça da
alegria, pedimos ao Senhor para animar esta Igreja no seu serviço à
Palavra, de ser a voz desta Palavra, pregar essa Palavra. Vamos pedir a
graça: a dignidade de João, sem idéias próprias, sem um Evangelho tomado
como propriedade, apenas uma Igreja voz que indica a Palavra, e isso
até o martírio. Assim seja!”