É uma antiquíssima tradição da Igreja Católica rezar por todos os fiéis falecidos, no dia 2 de novembro. A todos os que morreram “no sinal da fé” a Igreja reserva um lugar importante na Liturgia: há uma lembrança diária na Missa, com o Momento (= lembrança) dos mortos, e no Ofício divino. No dia de Finados a Igreja autoriza que cada sacerdote possa celebrar três Missas em sufrágio das almas dos falecidos.
Desde os primeiros séculos a Igreja reza
pelos falecidos. No segundo livro de Macabeus, da Bíblia, encontramos
esta recomendação: “É coisa santa e salutar lembrar-se de orar pelos
defuntos, para que fiquem livres de seus pecados”. (2Mac 12,46)
Com a lembrança dos falecidos a Igreja
quer lembrar a grande verdade, baseada na Revelação: a existência da
Igreja triunfante no Céu; padecente no Purgatório e a militante na
terra. O Purgatório é o estado intermediário, mas temporário “onde o
espírito humano se purifica e se torna apto ao céu”.
O nosso Catecismo explica que: “Os que
morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente
purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após
sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária
para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta
purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo
dos condenados”.(n. 1030 -1031)
A Tradição da Igreja está repleta de
ensinamentos sobre a oração pelos mortos. S. João Crisóstomo (349-407),
bispo e doutor da Igreja, já no século IV recomendava orar pelos
falecidos: “Levemos-lhe socorro e celebremos a sua memória… Porque
duvidar que as nossas oferendas em favor dos mortos lhes leva alguma
consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer as
nossas orações por eles” (Hom. 1Cor 41,15).
“Os Apóstolos instituíram a oração pelos
mortos e esta lhes presta grande auxílio e real utilidade” (In Philipp.
III 4, PG 62, 204).
Texto: Professor Felipe Aquino.
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