A palavra pecado parece estar em desuso, principalmente porque não é compreendida no seu mais profundo significado. A maior parte das pessoas entende pecado como prática de mal, desobediência e causa de prejuízos.
Não é a atitude mais correta de começar por ver o pecado na perspectiva do ato praticado e de suas consequências - pois isso é um ato pecaminoso, causado pelo pecado em si.. O pecado deve ser visto inicialmente na perspectiva da nossa relação inadequada com Deus, com as pessoas, com nós mesmos e com a natureza.
Ele é, antes de tudo, negação do verdadeiro relacionamento com o outro - e por isso, com o outro por excelência, Deus. No pecado, o relacionamento, mediado por valores e interesses ilegítimos, torna - se falso, negando o amor, que deveria legitimar todo relacionamento. Assim, o pecado nega a legitimidade do próprio Deus, da humanidade e do mundo criado.
O pecador diz no pecado: Deus não existe. O pecador instrumentaliza as pessoas em vista dos seus interresses. Um exemplo é o relacionamento mediado pela economia, que transforma a pessoa humana em recurso humano, algo que deve ser explorado segundo certos interesses, esgotado e descatado quando perder sua capacidade produtiva e da geração de lucro. A natureza também deixa de ser jardim para se tornar - se mero recurso, algo artificial.
Com isso, o pecado nega o verdadeiro sentido e valor das pessoas, da natureza e das coisas. Nega o sentido da própria vida. Mas principlamente nega o Deus da vida, o Deus criador, o Deus Pai, o Deus cuidador o Deus da benção.
É por isso que os atos pecaminosos, consequência do pecado, só podem trazer morte, destruição e desumanização.
Pe. José Adalberto Vanzella
Jornal O DOMINGO Semanário Litúrgico Catequético, 23/01/2011, Pág,4
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